Minha questão é saber como o ser humano pode viver melhor, e isso só a filosofia é capaz de responder...
"
Como os gregos, nós hoje achamos que uma vida mortal bem-sucedida é melhor que ter uma imortalidade fracassada, uma vida infinita e sem sentido. Buscamos uma vida boa para quem aceita lucidamente a morte sem a ajuda de uma força superior." (Luc Ferry)

terça-feira, 30 de março de 2010

O capitalismo é moral?

Comentando o livro onde o filósofo André Comte-Sponville adverte para o perigo de transformar o mercado em religião, Oscar Pilagallo, editor da revista EntreLivros se expressa assim: "Há muita conversa, hoje em dia, sobre responsabilidade social da empresa, sobre ética empresarial, sobre moral no mundo dos negócios. O que significa isso? Numa palavra: marketing."
Segundo Sponville o capitalismo não é moral nem imoral, é amoral: “Não contem com o mercado para ser moral no lugar de vocês”, avisa. “Um sistema econômico é feito para criar riqueza. (…) O erro seria crer que baste a riqueza para fazer uma civilização ou mesmo uma sociedade humanamente aceitável. É por isso que necessitamos também do direito e da política… Não peçamos à economia para fazer as vezes deles!” Seria “a mais ridícula das tiranias, a da riqueza”, completa Comte-Sponville. Concordo com Marcelo Coelho, colunista da Folha, que é nessa menção ao ridículo e à tirania que se concentra o aspecto mais interessante do livro. O autor propõe, inspirando-se de Pascal, uma nova definição do conceito de barbárie e de seu oposto simétrico, o angelismo. Confundem-se, diz ele, ordens de natureza distinta: não se avalia a economia com os instrumentos da moral nem vice-versa.
Para o autor, lido por Oscar Pilagallo, "num momento em que a defesa da moral empresarial virou um negócio lucrativo é oportuno desconfiar do discurso que tenta camuflar o real propósito do capitalismo: gerar lucro". Faz sentido, pois não parece ser a moral que determina os preços, é a lei da oferta e da procura (quem se lembra do ridículo dos fiscais do Sarney nos anos 80?); não é a virtude que cria o valor econômico, mas sim o trabalho. Pergunta-se então: "mas a empresa não deve gerar emprego? Sim, mas só se o empregado gerar valor maior que seu salário (a mais-valia descrita por Marx). E o cliente não deve ser satisfeito? Sim, mas não é para satisfazer o cliente que se quer satisfazer o dono da empresa, o acionista; é o contrário: é para satisfazer o acionista que se quer satisfazer o cliente."
O texto deixa claro: "O capitalismo é antipático. Enriqueça. Seja egoísta. Aja segundo seus interesses. Se cada um cuidar de si, a sociedade progride economicamente. Essa é a lógica do capitalismo. Cruel e perversa. A realidade é que apenas reflete a natureza humana. Essa é a origem de sua eficácia, relativamente superior à do comunismo, tal como foi experimentado no século passado."

Um ponto alto do texto é a explicação de é o comunismo, esse sim, que tem a ver com moral, pelo menos em sua concepção. Para o comunismo triunfar seria necessário que as pessoas deixassem de ser egoístas e pusessem o interesse geral acima do interesse particular. Como isso não acontece voluntariamente, recorreu-se à coerção. O totalitarismo não seria, portanto, apenas um desvio de rota. "É assim que se passa da bela utopia marxista, no século XIX, ao horror totalitário que todos conhecem, no século XX", escreve Comte-Sponville. "O erro simpático e nefasto de Marx foi o de querer erigir a moral em economia."
O filósofo, que flertou com o comunismo na juventude dos anos 60, fala da perspectiva de um liberal de esquerda, como se define. Ele explica o que entende por isso: "Os liberais de esquerda são os que constatam o fracasso do marxismo, sem renunciar com isso a agir pela justiça (inclusive a justiça social) e pela liberdade (inclusive a liberdade econômica)".
Para Comte-Sponville, a moral numa sociedade capitalista deve ser procurada fora da esfera econômica. "Querer fazer do capitalismo uma moral seria fazer do mercado uma religião e da empresa, um ídolo. Se o mercado virasse uma religião, seria a pior de todas, a do bezerro de ouro. E a mais ridícula das tiranias, a da riqueza." Eis o perigo oculto do marketing da moral.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A medicina na era da informação

Livro “A medicina na era da informação”, publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA), e organizado pelos professores Zeny Duarte e Lúcio Farias, a partir do Colóquio Internacional A Medicina na Era da Informação (Medinfor), que ocorreu em 2008.

Segundo, Editora da Universidade Federal da Bahia UFBA, o livro marca o processo dialógico entre duas áreas de grande significado social, a medicina e a ciência da informação. Ambas se ocupam de importantes desafios científicos, a primeira voltada à luta pela saúde e bem-estar social, e a segunda à sustentabilidade do desenvolvimento da ciência e da cultura, por meio da preservação, organização, disseminação, acesso e uso da informação.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Feliz de ver o Plone se tornando tão importante para a gestão da informação no Brasil

Plone é uma das mais conhecidas ferramentas de gestão de conteúdo. Desenvolvido em software livre desde 2000 é baseado na plataforma python/zope e constitui uma importante base tecnológica para iniciativas pragmáticas de gestão de conhecimento nas organizações. Com o Plone pode-se desenvolver portais corporativos e também portais de internet. Meu site pessoal: www.bax.com.br usa Plone.
Como eu sempre apostei nessa tecnologia, principalmente por seguir de maneira rigorosa a filosofia do software livre, fico feliz de ver o Plone sendo reconhecido no Brasil. Selecionei abaixo três notícias sobre o lançamento do portal.gov.br em tecnologia python/zope/plone. A notícia dada pelo Baguete é a mais completa e informa sobre o valor do projeto no primeiro ano (11 milhões) e também que o portal conta com 800 mil acesso diários, tendo sido desenvolvido por uma equipe de mais de 200 pessoas.

Governo federal reformula portal de internet
iG Tecnologia
A plataforma tecnológica do portal é o Plone, sistema de gerenciamento de conteúdo desenvolvido em regime de código aberto.
Portal Brasil: R$ 11 mi na reformulação
Baguete
O novo portal utiliza o Plone, CMS de código aberto que é utilizado por empresas como eBay e Motorola, além do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, ...
Portal Brasil se reformula para atrair cidadão e projetar País
PC World
O site, que tem como base a ferramenta de código-aberto Zope Plone, também foi desenvolvido para portadores de deficiência física. ...