Minha questão é saber como o ser humano pode viver melhor, e isso só a filosofia é capaz de responder...
"
Como os gregos, nós hoje achamos que uma vida mortal bem-sucedida é melhor que ter uma imortalidade fracassada, uma vida infinita e sem sentido. Buscamos uma vida boa para quem aceita lucidamente a morte sem a ajuda de uma força superior." (Luc Ferry)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dado, informação, conhecimento e sabedoria.

Em quê contribui a TI (Tecnologia da Informação) para o desenvolvimento de uma espiritualidade necessária à própria reflexão acerca de sua evolução? ou à ética de seu uso?
Me parece que o homem quebrará, neste século ainda, outros limites do imaginável em seu processo de criação. Porém, os horrores do século passado deixaram mais do que claro que a razão pura, ciência/tecnologia, não basta; precisamos aprofundar e fazer evoluir cada vez mais a razão prática, os valores. Mas como esta última pode evoluir? Qual é o papel da ciência e da tecnologia nessa evolução? se é que possa existir algum, já que parece impossível passar do conhecimento descritivo ao normativo. Da ciência à ética.
É possível lançar pontes para além do conhecimento, alcançando algum grau de sabedoria? A tecnologia pode nos ajudar nisso, como?

Em filosofia a pergunta (clássica) seria: "é possível passar da descrição ao valor?" e, classicamente, a resposta da filosofia a esta pergunta é, em geral, negativa: não há como explicar o surgimento de valores a partir apenas da descrição de processos naturais (da ciência), mesmo que apoiados na mais avançada tecnologia. Porém, em filosofia raramente (nunca) existe consenso. Sam Harris é um nome a contestar a negatividade desta resposta.

Distante do racionalista Sam Harris mas na mesma sintonia de pensamento, o místico Pierrre Weil denominou "Mutantes"[1] as pessoas que experimentam e vivem valor e verdade como uma coisa só. Nesse livro ele discute as etapas evolutivas da consciência humana, dividindo o processo de hominização em três fases. Num extremo está o ser Estagnante, no outro o ser Iluminado. No meio, entre esses dois extremos, está o ser Mutante. O ser mutante seria como uma ponte para um novo paradigma existencial (cf. o conceito de hominescência de M. Serres), onde desapareceria totalmente a ilusão metafísica das separações ser/mundo, sujeito/objeto, valor/verdade etc. e suas consequências (nefastas?) para o homem. Caminha-se então na trilha que vai do pensamento metafísico para o dialético ou pragmatista (de Kant para Dewey[2]).

De toda forma, voltando ao cerne desse post, na disciplina Sistemas de Informação, quando buscamos entender a natureza da relação que o homem constrói com suas máquinas, e consigo mesmo através delas, o conceito de Pirâmide Informacional é recorrente. Trata-se de uma complexa hierarquia, ou pirâmide, que relaciona os fenômenos dado, informação, conhecimento (explícito e passível de representação; ou tácito, i.e., empírico, advindo da experiência e de difícil representação) e sabedoria.

Esses fenômenos formam um todo. São dificilmente separáveis uns dos outros, mas podem ser distinguidos por nossa inteligência analítica. Tais fenômenos são todos interessantes, objetos de estudos aprofundados de uma nascente disciplina, a Filosofia da Informação (vide L. Floridi).

Quero, neste post, me ater a apenas um deles, a Sabedoria. Como definição do termo, esta me parece razoável: sabedoria seria o "máximo grau de lucidez, presente no máximo grau de felicidade" (C. Sponville). Somos capazes de experimentar algo assim? Estaria a humanidade, em sua evolução, trilhando esse percurso? Seria possível alcançar uma sabedoria que nos salve da auto-destruição, da aplicação da tecnologia sem preocupação ou reflexão ética?

Alguns filósofos disseram, e outros ainda dizem, que somos capazes disso, e sem cair no obscurantismo. Precisaríamos, contudo, para alcançar a sabedoria, desenvolver no caminho uma certa espiritualidade. Espiritualidade que pode até prescindir da religião, mas dificilmente poderia prescindir da comunhão em determinados valores. Leio que precisaríamos aprender mais sobre o Amor, e assim aprendermos a amar mais e a amar melhor. "Ciência é conhecimento organizado, sabedoria é vida organizada" (I. Kant). E é preciso ir além da experiência já que "esta não nos ensina sobre as essências das coisas" (B. Espinoza, em dito racionalista).

Comte-Sponville, filósofo francês contemporâneo, vai mais longe ao recusar o auxílio de qualquer religião, e diz em um de seus livros: "O Século XXI será o de uma espiritualidade laica ou não será nada". Ele exagera?
Embora a religião, baseada que está na esperança, possa atrapalhar o desenvolvimento de uma espiritualidade focada mais fortemente no amor e na fidelidade (e não na fé e na esperança), muitos ainda encontram nela o locus de possibilidade único para o desenvolvimento de qualquer vida espiritual. Ou daquilo que normalmente em sociedade nomeia-se 'vida espiritual'.

Acompanhando o pensamento de Sponville, uma espiritualidade laica não se fundamenta na esperança, que teima em nos desviar a vida do momento presente. Deve-se esperar por uma outra vida que não esta, prendendo-se ao passado ou ao futuro, mas não no presente, no agora. Esperar aquilo que não depende de si? qual o sentido? Mas daquilo que depende de si, para que esperar? o melhor seria agir. Fé ou fidelidade? Se o reino é para ser experimentado aqui e agora, para que ter fé?

A religião ocidental possui uma concepção acerca da eternidade que pode estar enganada. Uma eternidade como tempo linear, que não acaba... Outra concepção poderia ser a de eternidade como ausência do tempo. Apenas o presente existiria. O presente que se mantém presente. Pode-se pensar: "no agora, o passado não existe mais, e o futuro ainda não existe". Resta então apenas o momento presente, com a memória presente do passado e com os projetos que virão no futuro, apenas os que dependem de mim.
Mas é caminho difícil. Na maior parte das vezes em que estamos conscientes nos pegamos presos ao futuro, a esperar o que não depende de nós; ou presos ao passado, porque não conseguimos resolver nossas contas com ele (arrependidos, frustrados). 

Dados > informação > conhecimento > ..., sim, mas parece haver um hiato aqui, separando a sabedoria dos outros anteriores. Com efeito, as sociedades mais "bem resolvidas" sob o ponto de vista tecnológico e científico não parecem entretanto mais felizes, além de um limite constante. Pelo jeito, depois de termos conquistado tudo em nossas vidas, não nos sentimos mais felizes por isso.

Mas mesmo assim, esse poderia ser o destino do ser humano, uma evolução em direção à sabedoria? (cf. F. Hegel) Mesmo que seja possível, uma coisa parece clara: se nesse percurso ou evolução, que passa também por uma natural e forte humanização da tecnologia (i.e. sua apropriação definitiva pela Cultura), pararmos no patamar ou nível do conhecimento, e se esse patamar nos bastar, então talvez não sobrevivamos mesmo ao Século XXI. Não desenvolveremos nossa dimensão espiritual prática. Daí a premência da ética na ciência hoje, mas de uma ética não-Platônica. Uma ética desmstificada, que desafie a tradição das religiões monoteistas.

Como Sponville, também acredito que é preciso encontrar uma espiritualidade sem dogmas, laica. Paradoxalmente, a igreja pode nos abrir ou fechar para a espiritualidade. A espiritualidade nada mais é do que a vida do espírito em nós, ou seja a experiência da consciência em nós. É a relação entre o finito em nós e o infinito do universo, do temporal em nós com o eterno (ou atemporal). Se, por acaso, nos sentirmos fechados por dogmas, devemos nos libertar. Nos libertar dos conceitos incutidos muitas vezes pela igreja ou pela  tradição. Infelizmente, em sua maior parte, essas tendem a verbalizar ideologicamente a mensagem de Cristo. 

Com efeito, parece premente hoje buscarmos uma espiritualidade que nos previna, tanto contra o fanatismo quanto contra o niilismo, mas que não nos jogue no obscurantismo. No post Falando de Amor escolhi, para me instruir sobre o tema do Amor, as ideias de Sponville que versam sobre a história contada no livro Banquete de Platão - ou, "a propósito do Amor".

Segundo guias espirituais, como o contemporâneo Eckhart Tolle, a passagem do nível do conhecimento para o nível da sabedoria na pirâmide informacional, requer forte trabalho sobre o ego. Com efeito, parece que o ego nos impede de viver o "agora". Nos aprisiona no passado ou nos ilude com expectativas ou esperanças futuras. Porém, como podemos nos relacionar adequadamente com o outro sem um ego minimamente maduro. Nem o ódio nem o louvor ao ego, portanto.

Buscando subir na pirâmide e alcançar algum grau de sabedoria, parece que o conhecimento não é mais suficiente ou pouco importa. Muito menos a informação ou menos ainda o dado (parece haver um fosso que os separa da sabedoria). Além de um determinado limite, os nossos problemas individuais ou coletivos não parecem poder ser resolvidos com mais reflexão, mais racionalidade, com mais pensamento ou pensando mais fortemente (no sentido de um subjetivismo cartesiano, ou do racionalismo).
Talvez, na maior parte dos casos isso possa até atrapalhar, pois o mistério mais profundo do Ser não nos é dado conhecer, mas apenas sentir, experimentar (caberia reflexão sobre como a filosofia de Merleau-Ponty, fenomenologia da percepção, que pode ser útil aqui). Nesse sentido, pode-se citar Inácio de Loyola quando diz:  "Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir, experimentar e saborear todas as coisas internamente".

Um caminho? místico, racional? difícil dizer. Talvez buscando uma maior conexão com o momento presente e também com o outro (pessoa humana), possamos trazer alguma "energia cósmica" inerente à vida que possa nos ajudar. Uma sensação mística que às vezes, embora raramente, nos ocorre de ligação com o Todo; de que somos parte de um Todo muito maior do que nosso corpo ou nossa insignificante personalidade (experiência de unidade). O exercício de manter nossa consciência mais alerta, mais presente, mais atenta ao momento presente, me parece também um caminho (experiência de simplicidade).

Talvez essas experiências possam ser desenvolvidas a partir de um melhor entendimento acerca do papel do amor em nossa existência. Coração e razão não são duas coisas diferentes, mas formam um todo (que na modernidade Kant separou em suas obras críticas). Sente-se que é o coração que abre o Ser à razão, ao entendimento. A razão seria a guia, mas o amor é o motor, vem primeiro.
Se conseguirmos preservar essa conexão com o momento presente durante os nossos dias, ao realizarmos nossas tarefas do dia-a-dia, em nossos relacionamentos, então seremos mais tranquilos, serenos, mansos, mais em paz.
Talvez assim, não somente seremos capazes de atingir algum grau de sabedoria, como comporemos o conjunto, cada vez mais numeroso, de seres conscientes de que são dotados da energia positiva e criadora de vida no universo (seres Mutantes).

Mas, voltando ao início, em que contribui a TI para o desenvolvimento de uma espiritualidade necessária à própria reflexão sobre sua evolução e nossa evolução?

Alguns elementos para responder poderiam ser: imaginar como a Internet e a Web quebram os limites do tempo/espaço, e ideias (memes) iluminadas, de pessoas mais sábias, de raciocínio claro, passam a ter divulgação universal e imediata.
Na medida em que a Web vai ficando mais e mais semântica, não apenas essas ideias estão à disposição, como estão relacionadas entre si formando estruturas, grafos de conhecimento. Nesses novos sistemas de conhecimento, as ideias competem entre si, já que todas as ideias são imediatamente relacionadas pelos mecanismos de navegação, busca e recuperação de informação cada vez mais poderosos.

Claro que o mal está também presente entre nós. Antes de nascer, ainda no ventre de nossa mãe fazemos parte do Todo. Ao nascer somos separados desse todo, ganhamos aos poucos uma consciência. Com esse movimento nos tornamos então expostos ao mal, assim como ao bem. Pecar seria escolher o mal. É porque o mal existe, em cada um de nós, que precisamos nos esforçar e participar da construção do bem. Abracemos a glória e não a miséria humana em nós (B. Pascal).

Precisamos espalhar e alargar a comunidade dos "Mutantes" de Pierre Weil (Universidade da Paz) e tantos outros sábios; mas este é outro assunto.


[1]Pierre Weil. “Os Mutantes – Uma Nova Humanidade para um novo milênio” (Ed. Verus).
[2]Richard Rorty. “Kant contra Dewey: a situação atual da filosofia moral” (Filosofia como Política Cultura, ed. Martins Fontes).

O Espírito do Ateísmo de André Comte-Sponville

O próximo livro na fila de minhas leituras é esse do André Comte-Sponville: O Espírito do Ateísmo. Vejamos a dedicatória do autor (tradução minha).
"Por que estou escrevendo este livro? Basicamente, por três razões. A primeira é que por um tempo muito longo eu estive interessado em espiritualidade, e eu quis mostrar que para ateus esta espiritualidade também é importante. Em outras palavras, seria errado pensar que a espiritualidade é para os crentes. Os ateus não se importam menos do que outros. Por que eles teriam menos vida espiritual? A segunda razão é que eu queria combater o regresso do fundamentalismo,  do obscurantismo e do fanatismo. Terceiro motivo: Eu quis mostrar que nós podemos combater esse fanatismo sem cair no ódio anti-religioso. Eu queria mostrar que ser ateu, não é ter esse ódio da religião, ou que se trata apenas de viver diferentemente a espiritualidade. Parti do ponto de vista de que o conflito não está entre os crentes e incrédulos. O conflito está entre os espíritos livres, mentes abertas, por um lado, tolerantes, acreditem em Deus ou não, e os fanáticos dogmáticos, de outro. Para fazer isso, escrevi três capítulos. O primeiro é intitulado: "Podemos viver sem religião?". O segundo é: "Deus existe?", onde explico porque, de minha parte, eu não acredito. São os meus principais argumentos em favor do ateísmo. Finalmente, o capítulo terceiro e último responde à pergunta: qual espiritualidade para os ateus? Bem, boa leitura, adeus e até breve."

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Uma metodologia de modelagem de processos de negócio orientada à gestão da informação e do conhecimento

Mais um trabalho de mestrado pronto, cujo autor é o Rafael de Oliveira.
Trata-se de uma nova abordagem para modelar processos de negócios que utiliza-se de conceitos bem conhecidos na disciplina Gestão da Informação e do Conhecimento (GIC).
A GIC ganhou importância nas organizações a partir do início da década de 1990. Devido ao crescente aumento da competição entre as empresas, estas buscam o aperfeiçoamento de suas estruturas, a fim de melhorar sua eficiência. No centro dessa questão está a gestão por processos e a melhoria contínua destes. Essa forma de gestão busca alinhar todos os esforços da empresa em torno dos processos de negócio, isto é, grupos de atividades realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir bens ou serviços.
Segundo essa visão, a GIC deve ser considerada no contexto da gestão por processos e da melhoria da eficiência da estrutura organizacional.
Identifica-se na literatura a integração entre GIC e processos de negócio organizacionais como um paradigma de pesquisa, denominado GIC orientada a processos. Esse paradigma se distingue, por exemplo, da GIC orientada a produtos, que foca na criação e disseminação de artefatos de conhecimento e informação.
Este trabalho avança na solução do problema da integração entre processos de negócio e GIC, usando a Modelagem de Processos de Negócio (MPN) como ponto de partida. A MPN permite formalizar processos de negócio e o contexto onde ocorrem. O produto da atividade de MPN é um modelo de negócio, isto é, uma abstração de como um negócio funciona.
O Rafael desenvolveu uma metodologia de MPN orientada à GIC. A metodologia é uma extensão da abordagem de Erikson e Penker para MPN. Um modelo teórico de GIC foi elaborado para fundamentar a metodologia de modelagem. A metodologia é composta por: um conjunto de construtos básicos para MPN orientada à GIC; um conjunto de diagramas e submodelos, formando uma perspectiva de modelagem; padrões de modelagem relacionados à GIC; explicações sobre como modelar aspectos de GIC que não possuem mapeamento direto para construtos da linguagem de modelagem. Um conjunto de exemplos demonstra os elementos da metodologia.
Conclui-se, através da avaliação da metodologia desenvolvida, que esta possui vantagens em relação às abordagens existentes.
Em breve colocaremos neste post um link para o trabalho do Rafael.

O Pequeno Tratado das Grandes Virtudes

Compartilho aqui uma resenha bem feita sobre um livro que está sempre por perto: "O Pequeno Tratado das Grandes Virtudes", de André Comte-Sponville. Comte-Sponville é ateu e materialista e existem várias palestras dele na Web, pena que estão todas em francês, sem legenda ainda.

Em seu trabalho filosófico, Sponville nos mostra um cominho de salvação pela desesperança, eis a sua principal obra filosófica. E eu a acho bem sedutora. A desesperança de que ele fala não é aquela que nos vem à mente a priori, no sentido negativo e mais comum do termo...
ele fala da desesperança no sentido do "não esperar", ou seja, de não ficar amando apenas aquilo que nos falta.

A desesperança aqui é tomada no sentido Spinozista, onde o Amor não é falta. Como ele diz no livro citado anteriormente: "aqui é preciso deixar Platão e buscar Spinoza". Em Spinoza a equação de Platão: "Amor = Desejo = Falta", vira: "Amor = Desejo = Potência".
Ou seja, Amor é igual a desejo, mas desejo não é falta, e sim potência. Assim o Amor é felicidade, i.e., a potência ou capacidade de amar.
Amar como uma "ação" e não como uma "paixão". Dito de outra forma: Amar ativamente, realizando aquilo que depende de nós e não esperar, sofrendo (paixão), por aquilo que não depende de nós.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Banquete de Platão - ou "a propósito do Amor".

Falando de Amor, vamos iniciar pela história contada no livro Banquete de Platão - ou, "a propósito do Amor".
Amor. Que tema é esse senão o mais importante de todos? com efeito o Amor é o mais importante dos temas. Os outros só são impotantes na medida do amor que atribuimos a eles. Gosto de falar do trabalho se amo meu trabalho, gosto de falar de esportes se amo esportes. Em "O Banquete" Platão fala através de vários discursos. Cada convidado diz o que pensa sobre o Amor. Os convidados ao Banquete partilham o tema que mais importa: o Amor.

No Banquete, o Amor de Aristophane, um dos convivas, é explicado pelo mito dos ancestrais andróginos da raça humana. O mito diz que os humanos eram seres diferentes daqueles de hoje; eram seres com duas cabeças, quatro braços etc. e dois sexos. Alguns possuiam dois sexos masculinos, outros um masculido e outro feminino, outros ainda com dois sexos femininos. Esses seres, em sua completeza potente, principalmente daqueles que possuiam dois sexos masculinos, tentam subir aos ceus e ameaçar os deuses. Zeus se enfurece então e manda cortá-los ao meio, como penalidade por terem pensado poder se aproximar dos deuses. Cortados, separados, sentiam falta de sua outra metade. Esse mito simboliza o amor ideal, aquele que busca a sua outra "metade", a outra metade de cada um... Por aí Aristophane diz que o Amor é o encontro de dois seres que, separados à força no passado, se tornam um novamente, fundidos pelo Amor. Amor como fusão. Fusão de seres que eram unos e que, atrozmente, no tempo, foram separados pelos deuses. É curioso que este tenha sido, dentre todos, o discurso que a tradição mais reteve. É o Amor compreendido como Amor Romântico, o amor ideal, com o qual todos nós sonhamos, principalmente na juventude. Esse é o Amor conforme o discurso de Aritophane, nas palavras de Platão em "O Banquete".

Mas há também o discurso de Sócrates, menos lembrado no tempo, mas também presente no livro em questão. Sócrates inicia por uma pergunta: seria o Amor esse ideal de perfeição de Aritophane? seria o Amor um Deus? Ele conta então aos convivas que teria aprendido de uma sábia mulher (chamada Diotime) que o Amor não é nem um deus nem homem. São palavras que Platão, autor do livro, coloca na boca de Socrates. Segundo Diotime o Amor seria mais como um intermediário, ou seja, um "deamon" (nada a ver com demônio) que transmite mensagens entre humanos e deuses.

Não um deus, porque para Socrates, a equação que explica o Amor é: Amor = desejo = falta. Amamos o que nos falta... a falta gera o desejo, que gera o amor, pela coisa que nos falta. Como pode um Deus sentir falta de algo? definitivamente, o Amor não é um deus. Não pode ser. Falta; sentimento demasiado humano: "Ah como eu seria feliz se ela me amasse, ele diz a si mesmo, se ela fosse minha". Mas e se ele fosse, ou estivesse, feliz? ele não a amaria mais, ou não seria o mesmo tipo de amor. Trata-se aqui não do Amor idealizado por Aristophane, mas do Amor como desejo e como falta. Nas palavras de Aritofane e Sócrates aparece o Amor Platônico então: do ideal primeiro da fusão, depois necessariamente à falta, Eros... o amor possessivo. Amor pelo outro ou amor por sí próprio? A paixão... mas há a vida e há o tempo, e no momento faltal o marido vilão mata o príncipe encantado, como na música de Claude Nougaro: "... Et le moment fatal où le vilain mari tue le prince charmant..." (Une Petite Fille).

Existiria uma saída para esse Amor?
André Comte-Sponville, no seu Pequeno Tratado das Grandes Virtudes (aqui está uma boa resenha), nos ensina que Platão, no Banquete, sugere duas saídas. Entrentanto, segundo Sponville, nenhuma das duas nos salva de nossa dificultosa vida amorosa. O que é amar? É ter falta daquilo que amamos e desejar o possuir, e para sempre. Pelo que o Amor é egoísta, ao menos esse Amor, Eros. Sempre buscando fora de si mesmo, do seu interior, amor extásico (extático?): a éxtase de si no outro.
Mas como possuir para sempre, se há a morte. E amar o quê, se só amamos na falta?

Ainda seguindo Sponville, Platão propõe então "a concepção/gestão (l'enfantement) no belo", através do corpo ou através do espírito. Dito de outra forma: pela criação e pela procriação, pela arte e pela família. "A natureza mortal procurará sempre a sua perpetuação, eternidade, imortalidade". O amor é a própia vida, mas apenas na perpétua falta de si mesma. Assim o amor não escapa à falta absoluta que na condição de gerar filhos ou obras de arte. Filhos... e chamamos família, procriação (criação pelo corpo). Arte... e chamamos criação (pelo espírito).
Para Sponville é talvez uma saída, mas não a salvação, a morte ainda espreita, que leva nossos filhos e nossas obras. Mas e se a família não bastar para salvar o amor, o casal o fará? não é o mais frequente, como todos nós sabemos. Quanto à criação, como pode esta salvar o amor se dele depende? e mesmo se não dependesse?

Lendo Sponville aprendemos que Platão sugere, então, outra saída: a ascenção espiritual por uma espécie de percurso "iniciático" que nos levaria à salvação. É o percurso do Amor e da salvação pelo Belo. Seguir o caminho do Amor, sem se perder nele, sem se prender nele: primeiro amar um corpo belo, por sua beleza, depois todos os corpos belos, pela sua beleza em comum, depois a beleza das almas, em seguida a beleza que está nas ações, a beleza das ciências e da filosofia ... enfim, a beleza absoluta, eterna, sobrenatual, aquela do Belo em si, que existe nele mesmo, para ele mesmo, a que todas as coisas belas participam, de onde elas possuem e recebem sua beleza... Sponville nos diz que este é o lugar onde o Amor nos leva, que nos salva e que o salva. Assim o Amor é salvo pela religião, eis o segredo de Platão.
Sempre tendendo para aquilo que nos falta mais: que é o Bem (manifestado pelo Belo), a transcendência, que é Deus, para enfim saciado, enfim calmo, enfim morto e feliz.
Aqui os míticos dirão: "não há nada além de Deus". Mas se o Amor não é um Deus, ou se Deus não é Amor, para quê Deus?
Como explica Sponville, aqui é preciso deixar Platão. No Banquele ele nos leva do sonho da fusão (Aristophane), à experiência da falta (Socrates), depois, e da falta à transcendência (Diotime). Paramos aí? somos capazes?, conseguimos mesmo crer? podemos aceitar? Os cristãos dirão SIM, sem dúvida, e vários passarão da "agua de rosas" à "agua benta", como diz Comte-Sponville. Nem todos entretanto... não os amantes que elaboram certamente, pois esses sabem que precisam salvar o amor. O amor neles, para eles, Deus não o fará por eles. De que vale a fé, se não sabemos amar? Para que ela serve se sabemos?
Mas a verdade é que não sabemos, claro. E é o que tantos casais não cessam de experimentar, dolorosamente, dificilmente. Que os condena à separação ou que a justifica. "Como amar sem aprender e como aprender sem amar?".

Claro, existem outros tipos de amor. Mas esse é o mais forte, o mais violento, o mais rico em sofrimento, em ilusões e desilusões... Eros é o nome desse amor. "A falta é a sua essência, a paixão o seu pico" (Sponville). Falta, sofrimento, posseção: "Eu te amo, eu te quero". Amor concupiscente, mal de amor. Sentimento possessivo, ávido, que ao invés de se regozijar na felicidade do outro, sofre atrozmente assim que tal felicidade o leva para longe. É amar o outro para seu próprio bem a si mesmo.

Nada a ver com virtude, muito mais com raiva. "Você ainda me ama?", e se responde: "sim claro". Mas a verdade é que o ser amado não lhe falta mais. Eros se acalma, se entedia. Tem-se o que faltava, e a isso ironicamente chamamos de: "casal". Mas há casais felizes e Platão não explica. Afinal, a felicidade não põe fim à paixão? a paixão só dura no sofrimento. O Amor romântico: obseção pelo sofrimento. "Vitória da paixão sobre o desejo/ação, da morte sobre a vida". Romeu e Julieta, Anna Karenina, Tristão e Isolda, apenas para falar desse amor na grandeza... mas quantas Mme Bovary para cada Isolda? Claro que o tédio vem facilmente no dia-a-dia do casal, e de forma bem mais corriqueira, pequena.
Mas seria esse o único tipo de Amor de que somos capazes? No seu livro "O Pequeno Tratado das Grandes Virtudes", Sponville descreve de forma bela as virtudes... mas que virtude é essa que nos leva ou ao sofrimento ou a religião? No próximo post quero falar sobre o Amor Philia (que vai além do Amor Eros, e aquém do Amor Agapè), ainda seguindo as palavras do Mestre Sponville.

Falando do amor Philia, adianto que a questão pode ser colocada da forma seguinte: Espinoza nos ajuda a substituir o termo: "falta", na equação de Sócrates descrita acima, pelo termo: "potência". Assim, segundo Espinoza, o amor não é falta, mas é potência. Potência de amar, ou para amar. Como quando sentimos a sensação de apetite, por exemplo (apetite: potência para experimentar e apreciar o alimento, que não falta, que está à mesa); como também a sensação de amar, de fazer amor, com a mulher amada, que não nós falta, que está alí, todos os dias e com quem compartilhamos a vida. Ou seja, com um pouco de sabedoria pode-se "subir" do amor platônico e alcançar o amor espinozista. Num sentido oposto, pode-se também, claro, "descer" até Schopenhauer: "a vida humana é um pêndulo, que oscila da falta ao tédio".

Mas isso é assunto para continuar em um próximo post. Enquanto não encontro tempo, compartilho já aqui uma resenha muito bem feita sobre esse livro que procuro manter sempre por perto.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Web 2.0 e inovação.

Estou tentando escrever sobre Web 2.0. Então vou me concentrar não nos detalhes técnicos dessas ferramentas, mas no porque utilizá-las e em quais contextos de compartilhamento e colaboração elas são úteis ou quais necessidades elas buscam atender. Tais descrições são interessantes para aqueles que ouviram falar em tais ferramentas e procuram entender melhor como podem utilizá-las.

É também importante tentar mostrar que não se trata de um conjunto aleatório de ferramentas, mas que possuem características comuns que ilustram uma nova tendência relativa à socialização da informação e do conhecimento.

Sem falar na maior rapidez na resolução de problemas, acredito que ao criar, coletar e compartilhar conhecimento os indivíduos e grupos aumentam suas possibilidades de inovação. O que pode parecer paradoxal numa consideração superficial, uma vez que a cópia e o plágio também passam a ser muito facilidatos; principalmente em uma sociedade voltada fortemente para o consumo, onde o tempo para a elaboração individual parece cada vez mais escasso.

Obviamente a inovação não pode se dar pela cópia, que por vezes acaba prevalecendo (existem várias ferramentas anti-plágio disponíveis na web), mas pela potencialização das habilidades cognitivas dos indivíduos, que inovam ao colocarem suas próprias visões e intuições ao mesmo tempo em que têm acesso a fontes de referências na Web das redes sociais ou Web 2.0. Acesso tão amplo e profundo como nunca foi possível antes na história da humanidade.

Aliás o propósito acima ilustra algumas das minhas razões para manter um blog: se conhecer melhor, se instruir, preservar a sua memória e, quando necessário, poder inovar. Inovar no sentido de "progredir no caminho", com seu próprio coração. Na presença ausente do Outro o blogueiro se constroi, do leitor desconhecido. Inovar pelo esquecimento daquela maior parte de nós que não vale o registro, claro. Dizem que, biologicamente, se não esquecemos ficamos doentes ou loucos. Esquecer é necessário, mas é também necessário lembrar, nem que seja para poder inovar com fidelidade à memória de nossa vida. Afinal, como inovar se recomeçamos sempre do zero?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

II Semiário de Pesquisa em Ontologias no Brasil

As apresentações dos grupos e dos cursos do II Semiário de Pesquisa em Ontologias no Brasil já estão disponíveis no site do evento. http://ontobra.comp.ime.eb.br.

Para aqueles que se interessam por Modelagem Conceitual (base teórica da Ciência da Informação), sugiro fortemente o estudo do curso do Prof. Giancarlo Guizzardi. Ele apresenta uma disciplina emergente denominada Modelagem Conceitual Dirigida por Ontologias (Ontology-Driven Conceptual Modeling). Além dos slides, o Prof Giancarlo preparou um texto com muitas das referências que havia mencionado durante seu curso, que também encontra-se disponível para quem tiver interesse.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CONSEGI 2009 - II Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico

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O Comitê Técnico de Implementação de Software Livre, juntamente com a SLTI/MP e a Esaf, convidam você a participar do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico - Consegi 2009, que será realizado nos dias 26, 27 e 28 de agosto, nas instalações da Esaf, em Brasília.

O Consegi é um importante espaço para promover a troca de experiências e informações, sobre o uso de software livre em programas de governo eletrônico, entre instituições da Administração Pública, sociedade civil organizada e representantes de países parceiros.

Painéis, palestras e oficinas técnicas são os destaques da programação do Consegi 2009. A edição deste ano investe, também, nas reuniões de comunidades de desenvolvimento.

Inscreva-se

Local: Esaf - Km 04, Estradra Brasília/Unaí (lago Sul)
Abertura: 26/8/2009, às 17h30, com a presença de ministros de Estado e do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Consegi 2009


Zope/Plone cresce na Administração Pública.

Interessante ver que o número de instituições usuárias da tecnologia de gestão de conteúdo que o pessoal da Paradigma batizou internamente, lá pelos idos de 2004, de pzp (Python/Zope/Plone) não para de aumentar. Pelo menos é isso que diz a notícia Zope/Plone cresce na Administração Pública.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Orkut se encontra com alunos da UFMG

Organizar as informações e tornar seu acesso mais eficiente é, na opinião de Orkut, o maior desafio da empresa que mantém o site.
“O orkut tem mais de dois bilhões de links, cada página exibe muitas imagens e a cada dia aumenta o número de usuários. Por isso estamos sempre mudando as formas de organizar o conteúdo para torná-lo mais acessível de forma mais rápida”,

sábado, 20 de junho de 2009

Sobre a exigência incondicional de diploma universitário

Interessante a revogação da exigência pelo diploma de jornalismo. Considero uma importante evolução para o País. Um jornalista admirável, o Heródoto Barbeiro, é formado em direito, pós-graduado em história. Ou seja, já devia ser um bom jornalista quando cursou o bacharelado de comunicação. Se as ações da ocupação profissional não impactarem diretamente em risco à vida humana, então deve ser o mercado a regular a atuação profissional e não a lei.

Revogação do diploma de jornalismo

A obrigatoriedade do diploma em jornalismo vigorava desde 1969 graças ao Decreto-Lei 972. O questionamento judicial sobre a constitucionalidade do diploma começou em 2001, quando a 16ª Vara da Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar determinando que o documento não seria mais necessário para obtenção do registro profissional. Em 2005 a decisão foi revogada pelo Tribunal Regional Federal. Ontem, 17 de junho, a decisão de suspensão da necessidade do diploma foi tomada pelo STF, instância máxima da justiça brasileira, por oito votos a um. O resultado não pode mais ser revertido.

NYT vai publicar seu índice na web semântica.

Para quem ainda vê a Web Semântica como algo esquisito. Na Semantic Technology Conference, o New York Times anunciou que vai, em breve, publicar seu copioso índice na iniciativa Linked Data. Veja detalhes no post da ReadWriteWeb.

sábado, 6 de junho de 2009

O bom de educar desde cedo

A propósito da dicotomização e da politização inadequada do tema "tecnologia x social" (ou até "cognitivo x social"), que permeia a discussão no seio dos cursos de graduação na área de Ciência da Informação no Brasil, segue a reflexão do nobel James Heckman colocada em entrevista à útlima revista Veja. O prêmio Nobel de Economia explica por que deixar de fornecer estímulos às crianças nos primeiros anos de vida custa caro para elas – e para um país.

"Tentar sedimentar num
adolescente o conhecimento
que deveria ter sido apresentado
a ele dez anos antes custa
mais e é menos eficiente"
Segundo o Reporter, "ao economista americano James Heckman, 65 anos, deve-se a criação de uma série de métodos precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação – trabalho pelo qual recebeu o Prêmio Nobel, em 2000."

Fiquei me perguntando como ficam aqueles cursos de graduação em universidades públicas que atraem candidados de baixíssimas habilidades cognitivas. Faz sentido o investimento? Acredito que cursos de graduação em universidades públicas que não atraem bons alunos estão equivocados. Melhor seria investir os recursos na educação básica. A reportagem continua assim:

"Em seus estudos, o senhor conclui que não há política pública mais eficaz do que investir na educação de crianças nos primeiros anos de vida. Por quê? A razão é econômica. A educação é crucial para o avanço de um país – e, quanto antes chegar às pessoas, maior será o seu efeito e mais barato ela custará. Basta dizer que tentar sedimentar num adolescente o tipo de conhecimento que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes sai algo como 60% mais caro. Pior ainda: nem sempre o aprendizado tardio é tão eficiente. Não me refiro aqui apenas às habilidades cognitivas convencionais, mas a um conjunto de capacidades que deveriam ser lapidadas em todas as crianças desde os 3, 4 anos de vida.

O senhor poderia ser mais específico em relação a essas habilidades? Há evidências científicas de que dois tipos de habilidade têm enorme influência sobre o sucesso de uma pessoa na vida. No primeiro grupo, situam-se as capacidades cognitivas – aquelas relacionadas ao QI. Por capacidades cognitivas entenda-se algo abrangente, como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica. Num outro grupo, igualmente relevante, coloco as habilidades não cognitivas, relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social. Essas também devem ser estimuladas no começo da vida. Embora sejam cientificamente menosprezadas por muitos, descobri que elas estão diretamente relacionadas ao sucesso na escola – e, mais tarde, no próprio mercado de trabalho."

O problema se agrava ainda mais pela natureza pouco científica e muito politizada da discussão no âmbito dos colegiados dos cursos. A esse propósito, o entrevistado continua:

"Na educação, há sempre a tentação de reduzir tudo à luta do capitalismo contra o marxismo. Um país ganha muito quando retira o debate do terreno político e o põe sobre bases científicas e econômicas"

"Os educadores costumam dar muita ênfase à falta de dinheiro para a educação. Esse é realmente o problema fundamental? O problema existe, mas não é o principal. O que realmente atrapalha nessa área é a péssima gestão do dinheiro. Se os governantes fossem um pouco mais eficazes, conseguiriam colher resultados infinitamente melhores. Em primeiro lugar, deveriam passar a tomar suas decisões com base na ciência, e não em critérios políticos ou ideológicos, como é mais comum. Veja o que aconteceu no caso da pesquisa com as células-tronco. Apesar de todas as evidências de que poderiam ser cruciais para curar doenças, deixamos de estudá-las durante oito anos nos Estados Unidos – isso por razões políticas. Um exemplo de obscurantismo em pleno século XXI. Na educação, há sempre a tentação de reduzir a discussão à luta do capitalismo contra o marxismo, da direita contra a esquerda ou de antissindicalistas contra sindicalizados. Meu esforço é justamente para trazer o debate a bases objetivas – e econômicas."

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ferramenta de "Gestão de Conteúdo Corporativo"

Procurando por uma ferramenta de "Gestão de Conteúdo Corporativo" (ou ECM) ?
Gostei desse termo para traduzir "Enterprise Content Management (ECM)".

Que modelo de negócios melhor atenderia o seu caso de uso (ou seu cliente)? Proprietário? Software livre? ou Software livre comercial? (Ainda preciso indicar aqui um texto explicando a diferença entre os modelos de software livre.)

Bom, mas para comparar ferramentas de ECM em modelo software livre, pode-se consultar esse relatório da idealware (Wordpress, Plone, Joomla, Drupal). Uma outra fonte interessante, embora muito mais técnica, é essa discussão que compara um exemplar do modelo Software livre com um do modelo Software livre comercial: alfresco vs. plone.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sharepoint vs Plone

Não sei se existem muitas comparações entre essas duas ferramentas de gestão de conteúdo. Achei essa aí interessante, embora retirada de uma fonte que aposta no Plone (top-ten questions about plone). Alguém defenderia o sharepoint nos quesitos comparados?
  • Plone is far more accessible and standards compliant than Sharepoint.
  • Plone is easier to install and deploy.
  • Sharepoint has an expensive per-server and per-user licencing scheme, Plone is Open source and therefore does not cost anything.
  • Sharepoint creates and uses local NTFS permissions, so migrating data between systems is difficult.
  • Sharepoint has limited support for non-Windows clients, except perhaps Macs, whereas Plone has an active community and a wide variety of free/open source products.
  • Plone can run on different server Oses architectures (Solaris, Linux, Windows / Intel, Sparc).

Chamada de trabalhos ao X WSL

Prorrogada chamada de trabalhos ao X WSL

O prazo para envio de artigos para a 10ª edição do Workshop Software Livre foi prorrogado para o dia 15 de abril. O WSL é um evento acadêmico e científico, apoiado pela Sociedade Brasileira de Computação, e integra a programação do fisl10 - 10º Fórum Internacional Software Livre.



quarta-feira, 8 de abril de 2009

Windows7 ou KDE4 ?

Nessas entrevistas as pessoas não conseguiram ver a diferença entre Windows7 ou KDE4
E você conseguiria?