Minha questão é saber como o ser humano pode viver melhor, e isso só a filosofia é capaz de responder...
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Como os gregos, nós hoje achamos que uma vida mortal bem-sucedida é melhor que ter uma imortalidade fracassada, uma vida infinita e sem sentido. Buscamos uma vida boa para quem aceita lucidamente a morte sem a ajuda de uma força superior." (Luc Ferry)

domingo, 22 de maio de 2011

Acolhendo o amigo e dizendo a palavra.



A poesia do amigo mora em mim. Venha logo, meu amigo, recitá-la. Queria tentar lhe dizer, em palavras, o que sinto daquilo que existe entre nós, e que me constrói. Queria tentar lhe dizer do que me causa esse algo em seu olhar, e que me invade. Sempre que estou com você meu amigo, o amor prevalece, e um novo pedaço da morada se constrói, magicamente. Ah, essa poesia em nós! Que ousa e insiste em nos falar de amor. Que eu saiba acolhê-la com carinho. Que nossos corações ansiosos transformem, ao cantá-la um para o outro, em amor as lanças que os transpersam.

Digo-lhe querido, que todos os dias teu olhar, novo ou velho amigo, bate às portas do meu ser. E, com uma chave única e divina, vai abrindo uma gaveta bem profunda. Lá no fundo vai pegando algo que eu mesmo não tinha. Colocando-me, sem saber, ainda nú, nesse palco de teatro que chamam vida, todos os dias você me devolve um pouquinho do que a mim ainda faltava. 
Não importa o que encontras. Se o acolho, sou coberto pelo amor. Mesmo o ego, ressentimento ou ódio, aqui já não têm força, acolhidos que serão por esse amor. Assim meu amigo, você me ajuda a interpretar a cada dia um novo papel, que sou eu mesmo e não sabia. Seu amor vai me devolvendo aos poucos a mim mesmo. Permita-me viver no risco do seu olhar, e vai me devolvendo, no dia-a-dia, aquilo que eu procurava em mim e não encontrava. Meu ser vai se completando com o seu. A cada novo amigo, é um novo pedaço de mim que reencontro; um novo tijolo que volta, se encaixa, e constrói a morada do amor em mim. Como um barco em águas calmas, então meu ser vai fruindo pela vida. 
Obrigado amigo, pois é você que me prepara o abrigo. Meu aconchego no caminho de volta ao Pai. De você, meu novo ou velho amigo, já tenho saudades. Venha logo à minha casa, precária, miserável e gloriosa.

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